quarta-feira, 1 de julho de 2020

Qual a razão da vida sem Deus e sem vida após a morte?

Aventuras na História · A misteriosa vida após a morte no Egito Antigo

Essa pergunta, bem como a ideia de escrever aqui, surgiu com uma publicação de um grupo no Facebook que coloca ateus e crentes fervorosos para discutirem. Participo desse grupo apenas pelos memes, já que redes sociais não existem para qualquer discussão séria, e também para rir de pessoas revoltadas com opiniões diferentes das suas. As opiniões que tenho, já foram há muito construídas, quis escrever aqui e agora.

Comecemos com: existe vida após a morte? Todos nós já fizemos ou iremos fazer essa pergunta algum dia. Para os crentes mais exaltados lá do grupo, a resposta parece pronta e óbvia: mas é claro que existe vida após a morte. A fé dessas pessoas é tanta, que questionar o contrário nunca passou por suas cabeças. Mas não, não temos certeza alguma da resposta. O que acontece é que crescemos com essa ideia tão culturalmente enraizada nas nossas cabeças, que não lembramos nem o dia que ela foi ensinada. No meu lar católico foi assim, desde pequeno fui ensinado a acreditar na vida após a morte e em Deus. Mas aquilo que era óbvio para mim, não era na vivência de outras famílias.

Certa vez, perguntei para minha priminha de 12 anos se ela já tinha se perguntado o que acontece após a morte. Ela não sabia me responder, mas não como eu não saberia responder, ela não tinha nem teorias a respeito disso. Isso se deve ao fato dela não ter crescido num lar tão religioso quanto o meu. Ela não fazia questão nem de fazer perguntas desse tipo, ou se Deus existia ou não. Tá certo que ela era muito pequena para pensar na morte e em Deus, mas todos um dia pensarão, só que de formas totalmente diferentes, dependendo da sua bagagem cultural e aprendizado.

Se não existir vida após a morte, ou mesmo Deus, qual sentido tem a vida? Essa é uma pergunta falaciosa, e que te induz para o próprio pensamento do autor dela. A resposta que um crente espera de você está contida no enunciado dela mesma, porque ele já subentende a razão da vida nessas duas coisas: Deus e vida no paraíso.

Você acha que sua vida atual é baseada nestas duas crenças? Sinto muito, mas provavelmente sua vida não está tão boa assim. Ao pensar assim, você acaba deixando de aproveitar o que mais importa, o presente, ao mesmo tempo em que adota uma postura negacionista e acovardada diante dos desafios da realidade. Isso porque, para pessoas assim, tudo parece ser uma grande espera até o dia da grande revelação da vida futura, com um Deus que não temos certeza alguma se é real, ou apenas imaginado.

Nietzsche já havia se atentado para os perigos que a religião pode trazer para nosso modo de viver. Por isso, foi tão crítico a ela e sua moralidade ao guiar a ação do homem.

Ficamos aqui com a seguinte resposta, uma dentre várias que podem surgir, não necessariamente a melhor ou a correta, só para não deixar o título em suspenso: a razão da vida é ela mesma. E a maior prova de que a razão da vida é ela mesmo é que, se alguém tentar tirar ela de você, você vai fazer o possível e o impossível para salvá-la. Se fosse o contrário, o mais importante da vida é a vida após a morte, apenas aceitaríamos morrer, ou pior, adoraríamos morrer, visto que a vida eterna é muito melhor que essa.

Em suma, viva o presente e encare os desafios da vida com coragem, sabendo que ela é única e imprescindível, independente da existência de Deus, vivendo apenas com a certeza da existência do momento presente, esse inquestionável e poderoso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário